Qual é o preço de não crescer? | Conteúdos Paulo de Vilhena
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Há cerca de 50 anos, no tempo dos nossos avós, dos nossos pais talvez, nós abríamos um pequeno negócio e, se fosse bem gerido, ele durava uma vida inteira. Mas hoje em dia não é tão fácil manter um negócio lucrativo por tanto tempo. É preciso não parar de crescer.

Naquela altura, não havia uma pressão da concorrência que nos obrigasse a estar atualizados e a crescer constantemente. Um comerciante montava uma mercearia, tomava conta do bairro e já ninguém punha lá outra. E aquilo dava para a vida toda. Provavelmente ficava para os filhos e para os netos. Até meados dos anos 80 foi mais ou menos assim.

Com a globalização as regras mudaram. Começou a entrar capital estrangeiro por todo o lado, criou-se uma pressão brutal em termos de concorrência, a internet e a TV por cabo generalizaram-se… Então, as regras do jogo alteraram-se completamente.

Atualmente se eu travar o crescimento da minha empresa, todas as vendas que eu não fizer, eu estou a abrir a porta a um concorrente para as fazer.

Decidir que não preciso de crescer mais, porque tenho uma carteira de clientes e um nicho de mercado que me permite estar confortável e pagar as minhas contas, poderá não ser uma boa decisão nos tempos que correm.

Porque todas as vendas que eu não faço estão a tornar mais fortes alguns dos meus concorrentes.

O que não está a fazer crescer o meu ciclo de negócio… Porque eu não quero sair da minha zona de conforto, ou porque tenho medo, está a engrandecer o ciclo do concorrente.

Quanto maior for o concorrente, mais forte e mais saudável, maior será a sua capacidade para vir atrás dos meus clientes! Então se deixo os outros players ficarem fortes, eles vão querer meus clientes.

Se eu continuar pequenino, a achar que as coisas vão continuar iguais a vida toda, vou acabar por ser comido pela concorrência.

Por exemplo, lembra-se da Kodak? Era uma das empresas mais sólidas e consistentes do mundo. Mas não viu que os filmes iam acabar. Eles não perceberam que era um risco. É um negócio que já não existe. Podiam-se ter adaptado.

Não queira ter o mesmo fim!

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