Estava em Londres, no ano de 2009, a fazer um curso de finanças pessoais, quando o Orador perguntou… Quanto dinheiro teria hoje se pudesse reverter as 3 piores decisões financeiras que alguma vez tomou?
A pergunta atingiu-me como um raio, pois ainda que fosse difícil para mim chegar a um número minimamente preciso, como empresário esse valor não poderia ser, de facto, pequeno.
Levei a pergunta comigo e não apenas a usei para temperar o meu processo de decisão de forma totalmente diferente, como confesso, acabei por usá-la vezes sem conta nos nossos clientes de consultoria empresarial e nos meus curso de formação para empresários. E tal como antes havia acontecido comigo, quase sempre a reação que obtive foi emotiva.
Considero-me um indivíduo normal, como toda a gente e acredito que todos temos inteligência mais que suficiente para tomar boas decisões empresariais.
O que nos falta, muitas vezes é disposição e humildade para usá-la e, frequentemente, a formação empresarial que é necessária para educar e preparar essa inteligência: e isso custa-nos quase sempre muito caro!
Esquecemo-nos muitas vezes de que, como dizia um dos meus maiores mentores, Keith Cunningham, os negócios são um jogo intelectual. Ou seja envolvemo-nos tanto na execução operacional das tarefas do dia-a-dia, que nos esquecemos de ter a disciplina de parar para pensar.
E este enviesamento de percepção sai-nos pesado, porque a falta de reflexão e gestão leva-nos inevitavelmente a cometer inúmeros erros. Algumas vezes erros muito estúpidos, muito caros.
Se cruzarmos isto com a tendência humana para tomar decisões emocionais, muito mais do que racionais, temos a receita para o desastre anunciado. Daí as estatísticas de falência das empresas serem tão agressivas, por esse mudo fora.
Atuamos impulsivamente com base no que nos parecem boas ideias, sem nos emergirmos num processo sério de avaliação crítica que confirme a probabilidade de elas resultarem, o risco de não serem bem sucedidas e os obstáculos que eventualmente teremos de enfrentar pelo caminho.
Se é empresário e/ou executivo, a disciplina de pensar é a sua tarefa mais importante.
Essa disciplina deve ser diária e a sua produtividade será maior, quanto mais tempo conseguir dedicar a essa prática. Procure testar e fortalecer as suas melhores ideias e evitar as que não forma assim tão boas. Reflita sobre os projetos e as tarefas que merecem o seu limitado tempo e nunca tome decisões com ligeireza.
Paulo de Vilhena
Presidente na Paulo de Vilhena Business Excelerators