A consequência mais natural da fase de Outono é a grande rotina
Os processos e a burocracia tornaram-se mais importantes do que a ação e os resultados. A empresa perde a sua capacidade de perceber o que se está a passar e diagnosticar a situação em que se encontra. E é curioso referir que encontramos muitas empresas em segunda ou terceira geração nesta fase de grande rotina.
Nesta etapa, a empresa perde todo o desejo pela inovação, disponibilidade para correr riscos e impulso criativo.
Toda a atenção é posta no passado e no que antes correu bem. O negócio limita-se a tentar replicar aquelas que foram outrora fórmulas bem-sucedidas… Independentemente de nesta altura poderem não estar já a ser as mais adequadas.
Os processos e sistemas, a tal grande rotina, tornam-se o mais importante e já não o mercado ou os clientes individualmente.
Os colaboradores mais importantes começaram a sair durante o Outono. E essa tendência mantém-se em relação a todos os que têm ambição e precisam de um ambiente de trabalho estimulante.
O perigo da complacência
Simultaneamente, a empresa vai perdendo todo o sentido de ownership por parte dos colaboradores. E se uma grande frustração se foi instalando desde o Outono… Esta, por incrível que pareça, vai-se diluindo nesta altura. É substituída por algo bem mais perigoso: complacência.
É interessante e importante perceber que, em vários casos, estamos instalados nesta grande rotina que precede a morte da organização.
Mas continua a apresentar aspetos muito positivos e que estes contribuem até, com frequência, para o agravamento da situação.
Muitas vezes, estas organizações têm monopólios ou destacadas lideranças em quota de mercado. E outras vezes têm balanços extremamente ricos em dinheiro e/ou outros ativos.
Esta situação leva a que estas empresas sejam alvos interessantes para aquisições por outras empresas que tragam uma visão mais fresca do mundo dos negócios. E, consequentemente, uma nova definição de proposta de valor para o mercado, bem como uma cultura mais interessante a nível interno.
Para recuperar de uma situação destas as empresas normalmente precisam de uma reestruturação bastante significativa em que se quebrem todas as regras e praticamente se reinvente o negócio.
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