A sua equipa está alienada? Você também está | Paulo de Vilhena
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Se nós temos o poder de recrutar, treinar, despedir, criar uma cultura… e os resultados não estão a aparecer, então é porque nós, líderes, não estamos a saber fazer o nosso trabalho. Se a nossa equipa está alienada é porque nós também estamos alienados. Nós é que permitimos essa alienação. Ao invés, se nós estivermos envolvidos, as nossas equipas também estarão envolvidas.

Olhemos para uma empresa como um icebergue.

Um icebergue aumenta ou diminui conforme a temperatura da água e do ar. Se a temperatura descer, o icebergue vai crescer. Mas se por alguma razão a temperatura aumentar, o icebergue vai diminuir.

Então, usando este exemplo, o trabalho de um líder é sempre manter a temperatura gelada, não só para manter o icebergue mas para fazê-lo crescer constantemente. Quando o icebergue cresce significa que a cultura da empresa melhora e os comportamentos sobem de qualidade. Consequentemente, os resultados também sobem.

Nós, líderes, temos de ser o termóstato da equipa, a pessoa que garante que o icebergue está a crescer.

E o caldo que mantém esse icebergue é a liderança.

Se o líder for um termómetro, o que acontece é alienação. Porque um termómetro só reage àquilo que acontece. Se a temperatura sobe, o termómetro sobe. Se a temperatura desce, o termómetro desce.

Já o termóstato não. O termóstato condiciona a temperatura. Se o icebergue está a derreter e a equipa a ficar alienada, então o termóstato não está a fazer o seu trabalho.

A responsabilidade de manter a equipa envolvida e a gerar resultados é sempre do líder. E faz parte do trabalho do líder melhorar os resultados das equipas.

Pensemos na curva normal em que, segundo Jack Welch, se distribuem os colaboradores de uma empresa, a nível de desempenho (conheça-a aqui!). Os 20%, que têm melhor desempenho, têm uma determinada mentalidade e atitude face aquilo que acontece, enquanto os 10% com pior performance têm outra. Uns estão sempre a pensar como podem melhorar, os outros estão sempre a pensar como podem justificar continuarem onde estão. Ora, um bom líder tem de perceber como lidar com os diferentes colaboradores.

O nosso trabalho de líderes é treinar os nossos colaboradores a desenvolver uma determinada mentalidade a que nós, nas empresas, tendemos a chamar cultura. E a cultura de uma empresa não é mais do que os valores que a organização vive – aquilo que está definido e disseminado como certo e como errado.

Jack Welch fala da cultura como comportamentos – o que é aceitável fazer e o que não é aceitável fazer. Então, nós, enquanto líderes, temos de identificar os comportamentos que queremos reforçar na nossa equipa e os comportamentos que não são aceitáveis. Porque desses comportamentos virão os resultados que a equipa tem.

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