O mito de uma vida em equilíbrio | Conteúdos Paulo de Vilhena
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Ao longo do tempo vai-nos sendo repetido e ensinado que é fundamental ter uma vida equilibrada. Mas será que o equilíbrio é mesmo uma coisa boa?

Carreira, família, dinheiro, saúde, diversão, descanso, ambição, desejo, temperança… Dizem-nos constantemente que quando encontramos o equilíbrio entre estas áreas, encontramos consequentemente uma posição boa na vida. E nós vamos assumindo esta ideia como verdadeira.

No entanto, quando olhamos para as pessoas que atingem feitos incríveis em determinadas áreas, entendemos com alguma facilidade que a maioria dessas pessoas chegou a esse nível de excelência exatamente por ter uma vida desequilibrada.

Então, será que o equilíbrio é de facto o mais positivo, uma verdade inquestionável e inabalável?

Por exemplo, um atleta de alta competição tende a desequilibrar a sua vida social. Porque concentra todo o seu esforço, atenção e energia no alcance de um determinado resultado. São vários os milionários que se descuidaram da sua saúde ou vida familiar para atingir um certo nível de sucesso financeiro. Há também pessoas com uma vida social fantástica, que se descuram nas finanças, saúde ou forma física. A meu ver, quando assistimos a uma alta performance humana numa determinada área, são mais os casos em que o desequilíbrio acontece do que não acontece.

 

Será que esta ideia de uma vida equilibrada está a ser uma desculpa para muitos de nós?

Esta ideia pode funcionar como um álibi para eu não dar o máximo, não me focar completamente, não estabelecer metas e objetivos ambiciosos para mim…  Quando alguém tenta elevar a fasquia em relação ao nível a que nós estamos numa determinada área, ouvimos muitas vezes dizer que “tem de haver um equilíbrio”, que “a vida não é só trabalho”, “só dinheiro” ou “só diversão”.

 

Atenção. Esta é apenas uma proposta de reflexão. Não posso afirmar que a vida deve ser equilibrada ou desequilibrada. Até porque não sei qual das opções é mais verdadeira e vantajosa para cada um de nós, tendo em conta os nossos objetivos pessoais. Mas acho que devemos pensar sobre isso.

A verdade é que é uma escolha de cada um. Há pessoas que encontram a felicidade e a satisfação no desequilíbrio, e outras que se realizam no equilíbrio. Mais do que estar no lado do equilíbrio ou do desequilíbrio, considero que o mais importante é ter as prioridades bem definidas. E estas, consequência dos nossos valores, não são as mesmas nas diferentes alturas da vida.

No que toca a este assunto, penso que não há certos nem errados. O importante é o que nos sintamos bem em determinada altura da nossa vida.

Tudo isto se relaciona com aquilo que temos de fazer para alcançar o sucesso, em qualquer que seja a área. Saiba “qual é o preço a pagar pelo sucesso”.

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