Fugir da morte de um negócio e o agravamento da cultura burocrática faz com que a empresa, a prazo, não tenha hipótese de sobreviver, pelo menos na sua forma atual.
E a morte de um negócio acaba por chegar mais tarde ou mais cedo…
Ou terminam os recursos, ou se torna tecnologicamente irrelevante… Ou simplesmente deixa de encontrar um espaço no mercado que lhe permita continuar a existir.
Nesta fase não são muitas as saídas. Pode ser vendida pelo valor dos ativos e pouco mais. Ou pode mesmo entrar em insolvência.
Uma das coisas com que me deparo com muita frequência quando acompanho o crescimento de empresas é o do medo que os executivos têm de tomar algumas decisões… Ainda que estejam convencidos que estas tenham um impacto positivo no negócio. O seu receio decorre do pensamento de que estas ideias, embora possam trazer crescimento durante algum tempo, podem também trazer problemas mais à frente.
O que lhes transmito nesta altura é que é perfeitamente normal que isso aconteça. Mais ainda, o que quer que nos faz crescer resultará numa crise que, resolvida, nos empurrará para a fase de crescimento seguinte. Por isso, tenha como certo de que isso vai acontecer.
Se fugimos do que pode resultar em crise vamos fugir de tudo o que nos faz crescer.
Determinadas decisões levam-nos a um determinado patamar até que se esgotam e resultam numa crise. Resolvida essa crise temos condições de passar ao patamar seguinte.
O fundamental, na forma como vejo as coisas, é estar atento para perceber que tipos de desafios nos estão a aparecer e verificar o seu alinhamento com a fase do ciclo de vida do negócio que estamos a atravessar.
Há desafios que vão ser perfeitamente normais e, portanto, até esperados e devemos lidar com eles da forma que vimos antes. Por outro lado, há outros desafios que são anormais dada a fase do ciclo de negócio vivida. E é a esses que devemos estar mais atentos.
Há que refletir mais uma vez sobre o nosso enquadramento no ciclo de vida do negócio, confirmando se estamos na fase que pensávamos. Confirmando-se, devemos então tratar de perceber porque nos está a aparecer um desafio que não seria de esperar e que impacto pode vir a ter.
E isto porque temos desafios que podem ameaçar a vida do próprio negócio. E esses desafios ameaçadores são de levar muito a sério.
Tenha atenção às ameaças.
Lembro-me de ler na Internet, há muitos anos, um artigo cujo título, numa tradução livre, seria qualquer coisa como “Por que não comemos pássaros Dodô no Natal”. Este artigo explicava que estes pássaros eram amistosos por não conhecerem predadores e aproximavam-se das pessoas quando as viam.
Quando nós portugueses chegámos à ilha e vimos aqueles passarões aproximarem-se amistosamente… não é preciso pensar muito para perceber que rapidamente os extinguimos.
O artigo seguia explicando que no caso dos perus bravos o cenário é totalmente diferente. Porquê? Porque o peru bravo é um animal que vive em pânico. Não só deteta uma ameaça bem ao longe, como tem a capacidade de fugir rapidamente. (Leia mais AQUI)
A conclusão, orientada para o mundo dos negócios, era muito simples. As empresas que não prestam atenção às ameaças, ou que as encaram com negligência e descuido, não vão cá estar muito tempo. Ficam próximas da morte de um negócio.
Pelo contrário, as que se encontram bastante atentas e que dão atenção ao impacto que todos os desafios poderão vir a ter no futuro são as que têm capacidade de responder ao que se vai passando e, consequentemente, se adaptar otimizando as suas possibilidades de serem bem-sucedidas.
Fique a conhecer as restantes fases do ciclo de crescimento de um negócio: