Normalmente nas PME, a única forma de as coisas evoluírem é o empresário estar lá, o que o coloca na parte de baixo do organograma. Mas quando uma empresa entra na fase da adolescência o empresário não pode continuar a ser técnico e tem de se elevar no organograma.
Muitas empresas não aprendem isto e, nesta fase, começam a afundar-se. Na sistematização, o desenho do organograma é um dos aspetos essenciais.
E na sua elaboração é essencial ter em conta que este se desenha sempre no abstrato e com base naquilo que é necessário para a empresa.
Deixo a seguir algumas sugestões práticas para construir um organograma:
- Cada posição no organograma deve corresponder uma descrição de funções. Essa descrição deve dizer quais são as responsabilidades da função e como esta será avaliada. A pessoa vem depois.
- O organograma deve ser preenchido de cima para baixo, com base apenas nas funções que melhor servirão o modelo de negócio que foi pensado.
- O organograma serve a empresa e os seus sistemas, e não as pessoas. Nunca se deve criar a sua estrutura com base nas pessoas que lá trabalham. Só depois de montado é que se começa a colocar lá as pessoas
- É crítico que o organograma da empresa seja desenhado de raiz. No momento inicial da empresa, o organograma tem de projetar como ela será na maturidade. Se for preciso, no dia em que a empresa começa a trabalhar, podemos pôr o nosso nome em todos os lugares. Depois, à medida que vamos contratando colaboradores, atribuímos-lhes ramos do organograma.
- Defendo a existência de um anexo ao contrato de trabalho, onde constam as funções, as responsabilidades e o tipo de avaliação. Apesar de não ter o mesmo valor e o mesmo peso jurídico do contrato de trabalho, as expetativas ficam aí registadas. É mais justo para todos os intervenientes saberem o que esperar uns dos outros.
É muito frequente as pessoas chegarem a uma empresa e não saberem com precisão o que é esperado delas. Muitas vezes até pensam que estão a fazer um bom trabalho, enquanto o superior hierárquico acha que não. Isto acontece simplesmente porque há expetativas diferentes.