Vejo as empresas a pedir motivação… Vejo as pessoas a pensar em trabalhar mais horas e mais duro… E tudo isto como se a única forma de melhorar os nossos resultados fosse fazendo mais.
Só trabalho duro vai deixar-nos cansados, mas trabalho inteligente pode deixar-nos ricos! E a maior parte das pessoas que eu conheço estão cansadas em vez de ricas… Por vezes, parece-me que subavaliamos o conhecimento tanto quanto sobreavaliamos a motivação.
Imagine que tenho um colaborador que é um idiota e resolvo motivá-lo… É verdade, fico com um idiota motivado: parece perigoso não?
Temos de ajudar as pessoas a encontrar o caminho certo e só depois podemos motivá-las. E ajudar as pessoas a encontrar o caminho certo é dar-lhes conhecimento para que elas encontrem esse caminho.
Imagine que está num local desconhecido e que tem de se deslocar para outro sítio. O que prefere ter consigo, um orador motivacional ou um mapa? Eu prefiro um mapa!
Porque, da forma como vejo as coisas, o conhecimento é a maior riqueza que temos. Vale mais do que o ouro, até porque pode ser transformado em ouro.
Eu chamo-lhe o tesouro das ideias!
É o mais valioso tesouro que há e o único que não podemos perder.
Podemos ganhar e perder muito dinheiro, mas dificilmente podemos perder as ideias, pois estas são preciosas porque influenciam diretamente a qualidade das nossas escolhas. E boas escolhas conduzem a boas práticas que nos trarão bons resultados.
Se a autodisciplina é o catalisador das outras chaves do sucesso, então o conhecimento é a alavanca multiplicadora. É o que nos permite, com o mesmo esforço, obter cada vez melhores resultados.
Para cavar o tesouro das ideias temos essencialmente duas estratégias: o estudo da própria vida e o estudo da vida dos outros.
Estudar a nossa vida, a nossa filosofia, as nossas escolhas, os nossos resultados é um imperativo da nossa aprendizagem. De que forma é que a minha maneira de pensar tem conduzido aos meus resultados? O que é que em mim tem atraído determinada realidade? Devemos colocar-nos estas questões, refletir, amadurecer, aprender…
Estudar a vida dos outros pode poupar-nos muitos erros e dar-nos pistas sobre muitas das boas práticas de que necessitamos para atrair o tipo de efeitos a que nos propomos.
Jim Rohn costumava perguntar se seria coincidência que todas as casas acima de 500 mil euros tivessem uma biblioteca. Não me parece… E quando vejo os hábitos de leitura dos portugueses não consigo deixar de fazer algumas extrapolações sobre o facto de, como grupo, trabalharmos tantas horas para tão pobres resultados.
Se alguém bem-sucedido colocou tudo o que sabe sobre isso num livro e o assunto me interessa, será que eu posso não ler o livro? Quanto custa? Quinze euros? E se o autor der um seminário em que, na primeira pessoa, explica tudo o que aprendeu no processo? Será que eu tenho mesmo a opção de não o fazer? Quanto custa? Cem euros? Mil euros? E quanto me custa não participar?! …
Por vezes, tenho a sensação de que evitamos os investimentos na nossa educação sem nunca ponderar quanto nos vai custar a ignorância.
Seria o mesmo que eu chamar um amigo para me ajudar a cavar e dividir um tesouro, e ele responder-me que as pás são muito caras…