Lei da abundância | O que nos revela - Conteúdos Paulo de Vilhena
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A lei da abundância revela que nós temos muito mais do que aquilo de que precisamos para viver.

Temos muito mais de tudo o que é importante no mundo para que todos os seres humanos pudessem viver em abundância.

O grande desafio é que nós, apesar de vivermos num universo abundante, olhamos para ele e nele vivemos a partir do ponto de vista da escassez.

É esta ansiedade e medo da escassez que se traduz na acumulação, fazendo com que muitos de nós tenham muito mais do que aquilo de que algum dia poderão usufruir e que a maioria de nós viva abaixo daquilo que seria humanamente aceitável.

Se fosse possível agarrar em todos os recursos que existem no mundo e dividir pela população mundial, ainda assim apesar de sermos muitos, seríamos todos ricos.

Não estou aqui a argumentar que isto fosse justo. Apenas quero deixar uma chamada de atenção para a abundância em que vivemos e para a consciência de que habitamos este universo abundante do ponto de vista da escassez.

Um dos responsáveis por esta perceção do mundo como um espaço miserável ou limitado em recursos, provavelmente, terá sido o economista britânico Thomas Maltus, quando fez a previsão de que a produção crescia a um ritmo bastante inferior à população e daí se prever que rapidamente o mundo ficaria sem recursos para todos nos podermos sustentar.

Nas faculdades de Economia (e provavelmente em muitas outras), aquilo que se aprende em primeiro lugar é que os recursos são escassos. Porém, esta afirmação não traduz a verdadeira realidade.

Da forma como eu vejo as coisas os recursos são abundantes.

Contudo, se percecionamos a realidade do ponto de vista da escassez (e a nossa perceção da realidade condiciona a forma como esta é para nós), olharemos sempre para o ganho dos outros como perdas potenciais para nós.

Olhar o mundo segundo a perspetiva da escassez é o maior enviesamento humano que faz com que estejamos sistematicamente a destruir valor, em vez de o acrescentar. Quando fiz o meu MBA, na cadeira de negociação, em todas as aulas éramos submetidos a uma nova negociação.

Tratava-se de negociações em situações desafiantes, para nós podermos treinar o que se passava em contexto real. Aquilo que aprendi nesta altura foi que a maior parte das pessoas não se importava de perder se a outra parte perdesse mais.

As pessoas não se preocupavam em ver como podiam levar mais valor, mas sim como poderiam levar mais valor do que aquelas com quem estavam a negociar.

Ou seja, tratava-se, em primeiro lugar, de uma competição. “Como é que eu consigo obter mais valor do que o outro?” Se se tratasse de uma situação em que se ganharia 10 e a outra parte 5, por confronto a uma situação em que se ganharia 15 e a outra parte 20, as pessoas normalmente preferiam a primeira solução porque, mesmo levando menos, obtinham mais lucro do que o outro.

Em suma: sentiam que naquela competição tinham vencido. O pensamento da escassez, nestes casos, não permite ver que a solução da abundância é muito melhor para as duas partes.

A lição que podemos tirar deste e de outros exemplos semelhantes é simples. O ser humano olha para o universo abundante do ponto de vista da escassez.

Na vida nós temos sempre um balanço entre o haver e o dever.

Cada vez que vamos a um banco este só nos permite levantamentos se nós tivermos feito depósitos. Também, na nossa vida temos direito a fazer levantamentos na exata proporção em que fazemos os depósitos.

Apesar de quando se trata da banca esta realidade nos parecer clara, quando se trata da vida em geral, a maior parte das pessoas julga poder levantar sem ter efetuado qualquer depósito. Muitos recebem adiantamentos comprometendo-se até ao fim das suas vidas.

O princípio ecológico e esta situação de balança não se aplica apenas nas questões económicas. Também é muito comum nos relacionamentos. Há pessoas que nas relações apenas perguntam. “Como é que eu posso tirar mais proveito desta relação?” E vão fazendo levantamentos até ao momento em que os outros se fartam.

Para fazer levantamentos na saúde e na forma física, precisamos cuidar da alimentação e do exercício, como para fazer levantamentos na conta bancária temos de cuidar dos depósitos. Tal como, para fazer levantamentos nos afetos temos de acrescentar valor nas relações.

A pergunta certa a fazer é “Como é que eu faço depósitos?” e não “Como é que eu faço levantamentos?”

Os levantamentos dependem diretamente dos nossos depósitos. Se diariamente nos comprometermos a fazer depósitos, passado alguns anos veremos que as portas estão abertas em todo o lado para fazermos levantamentos.

Basta, a título de exemplo, pensarmos num amigo que durante uma vida faz tudo por nós sem nos pedir nada em troca. Se um dia ele necessitar de ajuda, seguramente estaremos inteiramente disponíveis.

Quando se trata, por exemplo, do nosso corpo, força, velocidade e flexibilidade a situação é a mesma. Se cuidarmos bem dele se precisarmos de mais energia e saúde, ele responderá fielmente às nossas necessidades. Mas se só fizermos levantamentos, ele não nos poderá ajudar.

O princípio da ecologia consiste, então, na resposta à questão de saber como é que podemos fazer depósitos. Como podemos acrescentar valor ao planeta e cuidar dele, em lugar de usá-lo indiscriminadamente e destruí-lo. Relativamente ao planeta, muitas pessoas têm andado a pensar o que é que podem colher, em detrimento de preservarem ou acrescentarem valor.

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