Um dos meus temas de investigação nos últimos anos tem sido o valor económico da nossa reputação.
E durante muitos anos ensinei que…
À medida que vamos dando o nosso melhor, encontrando formas de ajudar os outros, criamos um desequilíbrio positivo no universo a nosso favor.
Acreditava intuitivamente que o universo, por não poder manter nada em desequilíbrio, nos compensasse com outras coisas que se vão somando em nosso benefício.
Sempre acreditei que, quando destruímos valor, o universo compensa com destruição. E, quando acrescentamos valor, ele reage com acréscimo de valor.
Recentemente, cruzei-me com o trabalho do professor Adam Grant, nomeadamente com o livro Dar e Receber, em que ele estatisticamente valida esta ideia.
Adam Grant identificou que há essencialmente três perfis comportamentais:
- os tomadores, que entram numa relação a perguntar o que é que podem ganhar com isso;
- os compensadores, que entram numa relação à procura de formas de responder ao comportamento que o seu interlocutor tem consigo. Então ao encontrarem um tomador, estes vão comportar-se como tomadores e se encontram um doador vão comportar-se como doadores;
- os doadores, que entram numa relação preocupados com o quanto podem ajudar a pessoa que está à sua frente e não com o que podem tirar a seu proveito.
Adam Grant verificou que há um perfil com muito melhores resultados do que os outros e um que apresenta piores resultados.
Quem apresenta piores resultados é o doador. Porquê? Porque quando confrontado com um tomador, este abusa da boa vontade do doador e extrai mais valor económico dessa relação.
Depois temos os compensadores e os tomadores, ambos com resultados médios.
Então, qual é o perfil que tem melhores resultados? São também os doadores. Ao longo do tempo, os doadores saem da ponta dos piores resultados e movem-se para o outro extremo, o dos melhores resultados. E aí a sua reputação começa a transformar-se em valor económico.
Ou seja, o doador revela tanto os melhores como os piores resultados.
Então, a curto prazo, os doadores podem ser abusados quando se cruzam com os tomadores. Mas, a longo prazo, os compensadores vão fazer justiça.
Então, lembre-se…
Cada vez que acrescentamos valor e ajudamos os outros, independentemente do benefício direto que possamos ter ou não, estamos a construir uma reputação.
E o trabalho estudado pelo professor Adam Grant mostra isso.
Então, tem de reter duas ideias: em primeiro lugar, torne-se competente, reúna condições para ajudar os outros. Quanto mais profissionais nós formos, maior será a nossa capacidade de ajudarmos as outras pessoas.
Por outro lado, seja íntegro, tenha uma cara e uma palavra. Porque é a sua integridade e o seu caráter que, ao longo do tempo, somados a uma postura de doação, vão materializar o verdadeiro valor económico da sua reputação.