O que sente quando alguém lhe diz que “não”? E quando alguém discorda da sua opinião? Está aberto a outros pontos de vista?
Normalmente sentimo-nos mal. Sentimos que estamos a ser confrontados, contrariados, incompreendidos. Sentimos que a outra pessoa está a pôr em causa a nossa opinião e que isso não faz qualquer sentido. Sentimos que certamente que não gosta de nós, que só nos quer deitar a abaixo. Ou então que não percebeu o que quisemos dizer.
Esta história começa desde que nascemos. Sentirem-se contrariados é um dos grandes motivos de insatisfação das crianças. Alguns pais tentam ainda justificar a razão do “não” mas, na verdade, tudo o que argumentarem depois já não é interpretado, pois as crianças já estão em modo de defesa. Neste modo, já ninguém ouve nada. Em alguns casos desligam todos os sentidos. Noutros ficam apenas a pensar quais as melhores formas de conseguir passar por cima daquele “não”. E aí ligam o modo birra, o modo choro ou o modo amuo.
Em adultos a história continua…
Quando nos sentimos contrariados, ficamos chocados e nem sequer tentamos compreender o outro lado. Assumimos de imediato que uma opinião diferente da nossa só pode estar errada. E ainda por cima tomamo-la, quase sempre, como ofensiva. Também entramos em modo birra (normalmente não de uma forma tão sonora), mas desligamos a escuta ativa e ativamos o modo de defesa.
Mas fará isto algum sentido? Será que, quando alguém discorda de nós, o faz por mal?
Sei que o nosso ego é muito forte e que gosta de ter razão e ser massajado. Mas neste fortalecimento do ego perdemos muitas oportunidades de crescer, de aprender coisas novas, de ver a vida por outro prisma, de alargar as nossas alternativas e enriquecer os nossos conhecimentos.
São as pessoas que discordam de nós que nos dão a possibilidade de ver mais além. São essas pessoas que, quando as deixamos falar e escutamos o que dizem, nos fazem pensar e equacionar outras alternativas.
É nestes momentos que reforçamos o nosso Ser. Quando ouvimos um “não” é o momento em que, na minha opinião, devemos ficar mais alerta e ouvir com mais atenção. E, no fim, devemos agradecer com genuína gratidão aquela opinião diferente da nossa.
Não estou com isto a dizer que temos que concordar com tudo o que ouvimos, mas devemos dar uma possibilidade. Devemos, pelo menos, escutar com atenção e avaliar sem julgamento aquilo que estamos a ouvir. Depois disso guardamos aquilo que nos faz sentido.
É nos momentos em que paramos e pensamos numa opinião diferente da nossa que vamos evoluindo. Por isso, deixe-se crescer!
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