Para um empresário, como para qualquer pessoa, há dias difíceis, em que tudo parece correr mal.
Levantamo-nos já atrasados, o despertador não tocou pois faltou a electricidade, os nossos filhos em vez de colaborarem parecem mais preguiçosos do que nunca, o carro não pega pois as luzes ficaram ligadas a noite toda, um colaborador muito importante liga a dizer que está doente e que não vai trabalhar, um potencial cliente com quem tínhamos reunido na véspera liga a dizer que não vai avançar com o contrato e um já cliente importante liga-nos a dizer que vai rescindir o contrato pois encontrou uma alternativa muito mais barata…
É neste momento que dá vontade de mandar tudo para o alto e dizer: DESISTO!
Ser empresário é ter dias assim, mas encontrando uma forte convicção naquilo que fazemos, continuamos o caminho. Levantamos a cabeça, procuramos outras alternativas e lá vamos nós em frente.
No acompanhamento que faço aos meus clientes de consultoria empresarial, falamos muitas vezes do propósito de serem empresários, da razão que os levou a abraçarem esta vida. Sabemos que nem sempre é fácil e que só acreditando num objetivo maior que eles é que conseguem seguir o caminho.
Fala-se muito de motivação mas, na minha interpretação das palavras, faço uma grande distinção entre motivação e a convicção.
Segundo a origem da palavra, a motivação é só um motivo para a ação. Dependendo da força do motivo, ela poderá ser mais forte ou mais fraca. A forma como interpreto a motivação e como a vejo a funcionar na prática nas empresas que acompanho, é algo que depende diretamente dos níveis de energia da pessoa.
Há dias que nos apetece e outros que nem por isso. Para todos os seres humanos, mesmo os mais motivados, há dias em que os níveis de energia estão em alta e outros que estão em baixa.
Se a minha performance depender apenas desta motivação, irei ter um desempenho muito inconstante.
Se está sol serei um bom empresário, se está chuva provavelmente já vou ter a minha energia um pouco afectada. Se recebi um sim de um potencial cliente o dia vai ser cheio de empenho, se recebi um não provavelmente já vou ter uma performance inferior.
Quando o universo parece conspirar contra nós, os nossos níveis de energia caem naturalmente e lá se vai a nossa motivação. Será que podemos deixar que a nossa vida vá ao sabor daquilo que o universo nos dá? Ou poderemos acreditar numa força maior que vem de dentro de nós, daquilo que queremos, daquilo que realmente tem sentido para nós?
Eu acredito que sim e a isso chamo convicção.
Quando temos algo maior do que nós, quando encontramos o propósito que nos faz mover, aquilo em que acreditamos com todas as nossas forças e que nos faz correr contra tudo e contra todos. Algo que torna o nosso caminho verdadeiramente inegociável, algo que vai acontecer doa o que doer.
Quando decidimos ser empresários, é importante estabelecermos as razões fortes para o querermos ser. Aquilo que convictamente acreditamos ser o retorno destes esforço. Aquilo que queremos levar deste caminho.
É este pensamento que nos irá ajudar a ir buscar forças lá ao fundo para, quando tudo parece estar a sair dos carris, encontrarmos a razão pela qual nos levantamos todos os dias e agarramos com todas as nossas forças este projeto!
E para si? Qual o propósito de ser empresário?
Mariana Arga e Lima
Executive Vice-President na Paulo de Vilhena Business Excelerators